O recado do nome: Cunha, ‘formação militar de ataque’

Eduardo Cunha em foto de Marcelo Camargo (Agência Brasil)
Eduardo Cunha em foto de Marcelo Camargo (Agência Brasil)

Nome é destino? A literatura gosta de imaginar que sim. Com esse nome o Voldemort de Harry Potter só poderia ser vilão, e pela mesma razão a Clarissa de Erico Verissimo não teria como fugir ao figurino de ótima moça.

A linguagem e a etimologia das palavras podem revelar muito sobre a nossa cultura e a sociedade em que vivemos. O termo "cunha", que remonta ao século 14, exemplifica bem essa relação. Originado do latim cuneus, o conceito de cunha se desdobra em diversos significados, desde uma formação militar de ataque até uma recomendação informal em contextos de influência. Essa dualidade nos convida a refletir sobre como palavras moldam a realidade, especialmente no campo da política e das interações sociais. Para explorar mais sobre essas nuances linguísticas, confira bitdreams-casino-online.com.

Claro que na vida real tudo se complica. A variedade do mundo inclui Simplícios enrolados, Salgados dulcíssimos, Bravos covardes, Magnos insignificantes, Belas feiosas etc. Sim, o nome pode até trazer um recado com sinal invertido. Mas nem sempre.

Cunha é uma velha palavra portuguesa (século 14) vinda do latim cuneus, “peça triangular de rachar madeira”. No vocabulário militar, nomeia há milênios uma formação de ataque, com as tropas desenhando um triângulo.

O Houaiss traz uma segunda acepção militar: “em estratégia, recurso pelo qual um exército logra introduzir componentes de sua tropa em território e/ou em meio a unidades particularmente vulneráveis do inimigo”.

Da guerra para a política, que é a guerra sem canhões: em Portugal, cunha tem ainda o sentido informal de “recomendação de pessoa influente”. Meter uma cunha é arranjar um pistolão. De modo figurado, encontramos aí a mesma ideia de forçar passagem, abrir caminho na marra.

O que isso prova? Ora, nada. Mesmo porque Celso, o gramático, é tão Cunha quanto Eduardo, o político. Mas brincar com palavras não paga imposto nem dá cadeia. Ainda.

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